O que acontece quando jogamos sal em sapos?
Com o intuito de afugentar os sapos de suas residências ou simplesmente por pura perversidade,
as pessoas jogam sal no anfíbio e observam-no saltar e agonizar sob efeito do composto.
A pele dos anfíbios é um dos principais órgãos responsáveis pela respiração cutânea, processo em que a pele
é a mediadora entre a troca de gases respiratórios (assim como o pulmão).
Para isso ser possível, a epiderme deve ser muito vascularizada e úmida, pois a água facilita a troca
gasosa por um fenômeno conhecido como difusão. Quando em contato com o sal, a pele do sapo perde parte da sua umidade e da sua capacidade respiratória, deixando-o desidratado e causando asfixia,
além do fato de sua pele fina deixar os vasos sanguíneos bem mais expostos ao composto,
aumentando a sua pressão sanguínea.
Além disso, essa prática é considerada criminosa pela Lei Federal nº 9.605/98, Art. 32:
“Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados,
nativos ou exóticos”, com pena de multa e detenção de três meses a um ano.
Sapo Rhinella jimi. Foto: Déborah Praciano
Paulo Cunha Ferreira Bringel, membro do NUROF-UFC
Então o que fazer ao encontrar um sapo na rua ou em casa? Simples,
deixe-o seguir seu caminho ou peça para alguém para deixá-lo com cuidado em uma
área de mata próxima. Eles são muito importantes no controle de pragas como insetos
e não fazem mal algum ao ser humano. Os animais, assim como nós, têm todo o direito de, simplesmente, viver.
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